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25/09/2009 15:51:19 - Saiba o que define os preços das frutas e verduras

O consumidor baiano, em sua rotineira tarefa de fazer compras, sabe na ponta do lápis o quanto os preços dos alimentos variam de acordo com o supermercado, com o período do ano e com a própria lei de oferta e procura de mercado. Mas há vários outros fatores que implicam no preço final de um produto agrícola.

Enquanto na Central de Abastecimento de Salvador (Ceasa) o quilo do mamão, por exemplo, é comprado por R$ 1,50, no supermercado, o consumidor chega a pagar R$ 2,50 pelo quilo da fruta. Alguns condicionantes como os tributos e os custos agregados de mão de obra, transporte, armazenamento e perdas da mercadoria contribuem para essa variação no preço final das frutas, verduras e hortaliças.

Impostos

Em relação aos impostos, o professor da Unijorge e especialista em economia, Alberto Oliveira, afirma que a questão tributária no país é um assunto complicado, pois a população nunca sabe o quanto paga de impostos ao comprar um produto. 

“Na questão de alimentos, você tem um problema no Brasil. Nos Estados Unidos se você vai comprar qualquer coisa num supermercado, você recebe a nota e na nota vem escrito o valor daquele produto e mais o valor do imposto que você está pagando. No Brasil não, se você vai à um supermercado, você não sabe quanto você pagou. Quanto é que eu paguei de impostos pelo açúcar, pelo feijão, pelo arroz? Eu não sei”, afirma o professor.

No Brasil, o principal imposto cobrado sobre a produção agrícola é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cuja alíquota média é de 17% do preço final do produto. O ICMS deve ser pago toda vez que o produtor rural fizer o transporte da sua produção. Dessa forma, se o preço líquido da manga em Juazeiro é de R$ 1,10, com a cobrança do ICMS o quilo da fruta chega ao Ceasa de Salvador custando no mínimo R$ 1,32.   

Preços do varejo

O técnico da secretaria de Agricultura do estado, Arival da Cruz, ressalta que além dos impostos, os custos agregados interferem de forma significativa no valor final do alimento. Ele exemplifica falando sobre os custos que um revendedor de tomate tem desde quando ele compra a mercadoria no Ceasa até vender na feira.

“O camarada compra a caixa de tomate a R$ 20,00. Ele leva aquela caixa de tomate para o mercado, chegando lá ele tira aqueles que não são aproveitados perdendo 20% do tomate. Ele coloca na feira e fica o dia todo lá esperando comprador. No fim da tarde, o tomate já está depreciado e boa parte é jogada no lixo. Então, os custos agregados são primeiro, as perdas que vai ter com a depreciação do produto, segundo, o custo com a mão de obra, o custo com o transporte e o custo para armazenar. Esses são os fatores que implicam no preço do varejo”, confirma Arival.

Interior do estado

Os preços também sofrem variação de acordo com a safra, com a cidade e com o Estado. A trabalhadora rural Ivanildes Miranda, cultiva goiaba em um povoado de Miguel Calmon, no interior do estado. Ela não paga ICMS pelo transporte da fruta, pois a quantidade de mercadoria transportada por ela até às cidades de Miguel Calmon e Jacobina não é comparável às grandes produções.

Mas segundo Ivanildes, todo o processo de produção desde o plantio até a colheita da goiaba envolve custos que devem ser compensados na venda da fruta: “Tem que adubar a terra, depois fazer as covas, as mudas, plantar, botando remédio e tem os gastos com transporte. Se precisar vir alguém de fora para trabalhar, você vai pagar o valor do dia ao trabalhador, que varia de R$ 13 a R$ 17. E tudo isso é despesa.”

Em Miguel Calmon, dona Ivanildes vende a caixa de 23Kg de goiaba por R$ 25,00 e no varejo da cidade o quilo da fruta custa R$ 1,50. Já em Salvador, a goiaba é vendida nos supermercados por R$ 2,30. E alguns produtos agrícolas, como o melão, chegam a valer na capital baiana até o dobro do preço real. 

Cabe ao consumidor então, saber direcionar as suas compras pesquisando em supermercados, feiras e mercados de bairro para não pagar mais caro pelos alimentos agrícolas e não prejudicar o próprio bolso.

Fonte: Correio da Bahia