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03/03/2011 16:21:01 - Nova classificação para o trigo deve ser adiada por um ano

A nova classificação para o trigo no Brasil, que entraria em vigor a partir de 1º de julho deste ano, deve ser adiada por mais um ano afirmou a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). A decisão ainda depende do aval do Ministro da agricultura, Wagner Rossi, que, segundo a entidade, é o responsável pela promessa de adiamento. Já a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) defende a permanência do início da classificação para a safra atual e avisa aos produtores que a Argentina deve apresentar uma produção de qualidade superior à exigida no Brasil.

Durante reunião na ultima quinta-feira do ministro com o presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski, o coordenador do Departamento Técnico e Econômico da Faep, Pedro Loyolae parlamentares paranaenses, houve a comunicação ministerial de que a data para a nova classificação do trigo será prorrogada. "Fizemos esse pedido de prorrogação ao ministro, e na reunião ele afirmou que irá prorrogar a classificação por mais um ano", disse Loyola." Não sei se isso já foi indicado no Diário Oficial, mas essa promessa foi realizada em comprometimento até com a bancada federal do Paraná, representada por deputados paranaenses que acompanharam o pedido", garantiu.

 

A justificativa para a prorrogação da data é o atraso na publicação da Portaria 38, definida em meados de abril, e somente publicada no final de novembro do ano passado. Essa Instrução Normativa altera a qualidade mínima exigida para o trigo pão, que passará de 180 de força de glúten, para 220. "Estamos pedindo essa prorrogação desde dezembro, já que a portaria saiu tardiamente e a informação comercial da variedade ainda está com a classificação antiga. Isso gerou confusão para o produtor que compra sementes. Quando fechamos o consenso sobre a nova classificação do trigo, em abril do ano passado, havia uma promessa que a portaria sairia até junho, e isso não aconteceu", contou Loyola.

 

O economista da Faep disse que no mês de julho, alguns órgãos de pesquisa, como a Embrapa, se reuniram para avaliar a qualidade das sementes de acordo com as exigências do ministério. E com o atraso na publicação da portaria, esse grupo não mudou a exigência para as sementes de trigo. "Não houve tempo hábil da pesquisa readequar as variedades de sementes com a informação correta. Foi esse motivo que nos levou a pedir a prorrogação, pois houve um descompasso entre a edição da portaria e a pesquisa". Procurado pelo DCI, o Ministério da Agricultura informou que o pedido passa por avaliação da área técnica sem data para resposta.

 

Já o presidente da Abitrigo, Sérgio Cabral, afirmou que a entidade é contra o adiamento da nova classificação para o trigo, alegando que o setor teve muito tempo para se adequar. "A posição da Abitrigo é que esta portaria deve ser mantida, por várias razões, a primeira é que houve tempo, pois isso vem sendo discutido desde meados do ano passado e os órgãos técnicos, como a Embrapa dizem que há disponibilidade de sementes para atender aos novos requisitos. A segunda questão é que mais um adiamento colocará em cheque o esforço feito por toda a cadeia produtiva, que é voltada para atender as necessidades do consumidor brasileiro", comentou com exclusividade ao DCI.

 

Cabral contou que o trigo produzido pelo Brasil há tempos não atende a qualidade mínima para produzir o pão, e que, tanto produtores quanto consumidores, governo e indústrias ganharão, com a nova norma. "Hoje, o governo tem de ajudar o produtor a vender o seu produto a um preço baixo, que servirá apenas como alimentação animal. No ano passado foram gastos mais de R$ 300 milhões para comercializar esse trigo produzido aqui. Com isso todos perdem, o produtor ganha pouco, o governo gasta muito, os moinhos tem de importar pagando mais, e o consumidor tem um produto mais caro na mesa. Em algum momento isso tem de acabar", disse.

O presidente da entidade ainda contou que os produtores do cereal na Argentina se conveniaram com a Abitrigo para vender um produto com força de glúten acima de 250, que supera a qualidade mínima exigida no Brasil. "Esse ano a Argentina terá uma safra de 14 milhões de toneladas, o que significa mais trigo no mercado. Então é importante que o trigo brasileiro seja bom também, senão o volume de importação será maior, e o trigo fora dos padrões ficarão sem destino. O mercado é livre, não temos como barrar o trigo Argentino e já estamos contabilizando perdas com a farinha Argentina subsidiada que entra no País, para o produtor essa postura não é boa", finalizou.

 

Fonte: Abras