Item básico do cardápio de saladas, o tomate pode ser encontrado atualmente por até R$ 8,99 o quilo em Uberlândia. O preço foi um dos mais caros registrados ontem em sete estabelecimentos visitados pela reportagem do CORREIO de Uberlândia e está bem acima até do valor de algumas opções de carne como a de frango e a moída (de acém ou músculo), que custam, em média, R$ 7 o quilo. Outras dificuldades enfrentadas pelos consumidores são encontrar produtos de qualidade e lidar com a falta de alguns itens nas prateleiras, como os brócolis.

Os comerciantes justificam que a qualidade é o fator determinante do preço final. “Nessa época de chuva é difícil encontrar legumes vistosos e graúdos. Pagamos mais caro pelos produtos de primeira linha e o repasse para o consumidor fica inevitável”, disse Maurício Humberto Gonçalves que vende o tomatão na feira a R$ 5,90 o quilo e o tomate pêra entre R$ 2,50 e R$ 3,50. Em outros locais, os mesmos produtos foram encontrados por R$ 6,90 e 4,90, respectivamente.

A dona de casa Wander Lúbia Alves Xavier disse que nem sempre preço alto é sinônimo de coisa boa. “Na feira está impossível encontrar bons produtos, mas o preço de tudo está surpreendentemente alto”, disse.

A opinião da dona de casa Ione Barbosa Policarpo é a mesma. Em busca de folhosos encontrou pés de alface miúdos e com o aspecto longe do ideal. “O que tento fazer muitas vezes é levar couve ou outra folha com aparência um pouco melhor”, afirmou.     

Para a médica Maria Alice Santos, substituir um alimento por outro não é uma tarefa tão simples. “Essa prática pode ser feita durante uma semana, no máximo, depois disso sinto falta daquele legume no prato”, disse ela, que busca alternativas para driblar o preço alto. “Procuro comprar frutas e legumes às terças ou quartas feiras, dias de promoção em muitos lugares”, disse.

Produto sumiu das bancas

O brócolis sumiu das feiras, sacolões e supermercados de Uberlândia. O motivo, segundo os comerciantes, é o período chuvoso.  Dos sete locais visitados ontem pela reportagem do CORREIO, apenas dois ofereciam o produto. A dona de casa Ione Barbosa Policarpo encontrou, mas preferiu não comprar. “Está muito miúdo. Para um almoço lá em casa teriam que ser dois, mas por R$ 5,69, nem pensar”, disse.

De acordo com os comerciantes, as flores armazenam a água da chuva e em pouco tempo ficam amareladas e murchas. O feirante Dinomar Ferreira Borges não planta o vegetal nesta época do ano. “Prefiro não arriscar. Os clientes perguntam, mas o jeito é falar que está em falta”, afirmou.

PREÇOS

Valores cobrados em sete estabelecimentos

Tomatão (kg)– de R$ 5,90 a R$ 8,99
Tomate pêra (kg)– de R$ 2,50 a 4,90
Vagem (kg)– de R$ 3,90 a R$ 6,90
Alface (unidade)– de R$ 1,50 a R$ 2
Banana Prata (kg) – de 2,39 a 2,80
Quiabo (kg) – de R$ 2,50 a R$ 4,99
Chuchu (kg) – de R$ 1,75 a R$ 3,90
Laranja pêra (dúzia) – de R$ 1,75 a R$ 3,50
Mamão papaya (kg) – de R$ 1,75 a 3,48
Brócolis (unidade) – de R$ 4 a R$ 5,69