Voce está em: Página Inicial Como anda o Mercado ?
Nossa Empresa


Notice: Undefined property: Noticia::$con in /home/www/html/redebiz/site/classes_php5/BancoInfo.php on line 287
21/01/2011 16:05:30 - Verão: fabricantes incrementam produção de latas

O governo mantém em baixa os impostos para importação das latas de alumínio utilizadas – mais do que nunca no verão – pelas companhias de bebidas e particularmente pelas cervejarias. O fato seria um indício de que o mercado interno ainda estaria correndo risco de não dar conta do recado. Mas os fabricantes de latas e de cerveja garantem ter tomado medidas após o aumento-surpresa da demanda, que levou à importação de latinhas de alumínio no verão passado. Na ocasião, até a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas) apoiou a redução do imposto de importação, que o Governo baixou de 16% para 2%.

Embora não haja uma explicação precisa, o boom de consumo teria ocorrido também em outros setores, pelo aumento de renda que levou uma parcela significativa da população a migrar de categoria de consumo. O total foi de 17,3 bilhões de latas e foram importadas 1 bilhão de unidades, segundo Renault Castro, diretor executivo da Abralatas. "O crescimento de vendas foi de 16,9%, em relação a 2009", disse.

A primeira reação do setor, contou o executivo, foi aumentar ao máximo possível sua capacidade produtiva, no verão passado, ainda limitada a 16,9 bilhões de unidades. Três empresas concentram a produção no Brasil - Rexam, Latapack-ball e Crown - e segundo Castro todas decidiram ampliar suas linhas de produção e anunciaram programa de investimento de R$ 1,1 bilhão, em dois anos, para construção de três novas fábricas, que levará a uma ampliação de 64% em sua capacidade produtiva, até abril de 2012.

A primeira fábrica, da Rexam, em Pouso Alegre começou operar no início de 2010. A Crown deve dar início este ano às atividades de uma planta em Ponta Grossa (PR) e para março de 2012 está previsto início das operações da Latapack-ball em Alagoinhas, na Bahia.

Cervejarias empolgadas

Douglas Costa, da área de marketing corporativo e relações com o mercado do Grupo Petrópolis, afirmou que já tem contratos de fornecimento de latas amarrados e aliados às previsões otimistas de vendas da companhia. No entanto, ele mesmo reconhece que a produção desse insumo no mercado interno ainda precisa ser melhorada. "Nós já vínhamos trabalhando com previsões de crescimento de volume e os fornecedores fizeram ampliações de linhas de produção para atender esse crescimento de demanda", diz.

A companhia, produtora de Itaipava, Petra e Cristal, trabalha com Latapack-Ball e Rexam, que têm produção local e quando houve no verão passado problema de desabastecimento, importaram as latas de suas plantas fora do Brasil.

Para o executivo do Grupo Petrópolis, mesmo quando houve importação, o preço para o consumidor final não sofreu impactos, pois os fabricantes assumiram a diferença. O mercado, diz, é competitivo e as embalagens de alumínio têm alto custo, chegando a representar de 40% a 50% do produto. Mesmo assim, a tendência de crescimento do mercado de cervejas é forte: em 2010, ficou entre 10 e 11% e expectativa é manter os índices em 2011.

Outra companhia que garante não ter sido afetada este ano foi a Heineken Brasil. Segundo a gerente de comunicação externa da companhia, Renata Zveibel, o verão é responsável pelas vendas de aproximadamente 40% do mercado total de cervejas no ano. "A demanda na época mais quente do ano é duas vezes maior que no inverno e todas as unidades da Heineken Brasil já estão planejadas para garantir este aumento na produção. Não há risco de faltar produto pois, apesar de o mercado estar aquecido, a Heineken Brasil está com o estoque de latas garantido", diz.

A executiva elogia a atuação do governo, no que diz respeito aos impostos para o setor. Afirma que a expectativa este ano é de que seja um dos melhores verões dos últimos tempos, principalmente em função de um círculo virtuoso cuja criação é atribuída ao Governo Federal, que no ano passado optou por não aumentar os impostos federais por mais investimentos da indústria, o que gerou maior capacidade de produção, mais empregos e, consequentemente, maior arrecadação de impostos ante uma maior venda da indústria. E destaca dados Nielsen, de que até setembro de 2010 o setor cresceu 12% em relação a 2009, número deve permanecer durante a temporada de verão.

Seus colegas da Ambev foram econômicos na resposta, mas indicaram em um posicionamento que havendo necessidade, a saída é a importação. "A Ambev está estruturada para garantir o atendimento da demanda no que se refere a volume de produção, logística e disponibilidade de produtos. A companhia solucionou eventuais imprevistos decorrentes da falta de latas por meio de importações suficientes para suprir suas necessidades", afirmou a empresa, em comunicado.

Luiz Claudio Taya, diretor de marketing da Schincariol, brinca que, efetivamente, este ano são as águas de março que fecharão o verão, uma vez que o clima da estação só termina após o Carnaval. Mesmo com os dias a mais, ele afirma que não haverá desabastecimento. "Ampliamos nossas unidades no Nordeste, onde há liderança e um público consumidor fiel à marca e temos capacidade de cuidar de qualquer incremento de volume, em garrafa ou lata", diz. A Schin patrocina este ano o Carnaval da Bahia e também as transmissões da Rede Globo. Com isso, afirma o executivo, as expectativas de vendas são muito boas - porém sem especificar volumes.

Em 2010, a companhia investiu em torno de R$ 1 bilhão para ampliar sua capacidade produtiva. Taya ressalta que se tratou de uma medida ousada, proporcionalmente ao faturamento. "Vivemos uma década gloriosa, com Copa do Mundo, Olimpíadas, movimentando a economia como um todo. O país está num espírito de acreditar, os empresários e o Grupo Schincariol, que é nacional, acredita muito no Brasil. Os acionistas investem tudo o que arrecadam no próprio país", ressalta.

Reciclagem

O mercado de embalagens é extremamente competitivo. As latas representam hoje 35% do mercado de cervejas (os outros 65% ficam com as tradicionais garrafas de vidro). Há cinco aos, as latas eram 28% das embalagens. "A lata teve uma redução de custo significativa e tem aumentado sua participação", destaca o executivo da Abralatas.

E o que fazer com tanta latinha, após o consumo? A Abralatas e a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) asseguram que em 2009 o índice de reciclagem atingido pelo Brasil foi de 98,2%, mantendo o Brasil pelo oitavo ano consecutivo na liderança mundial de reciclagem de latas de alumínio, à frente de países como Japão (93,4%) e Argentina (92%). De 202,5 mil toneladas de latas vendidas no ano, foram coletadas e reaproveitadas 198,8 mil toneladas. A motivação econômica é o grande estímulo para os catadores, pois o alumínio é tido como um resíduo que tem bom preço no mercado.

A reciclagem de alumínio no Brasil mereceu destaque num relatório do Programa Ambiental das Nações Unidas sobre Empregos Verdes. No documento, há destaque para a economia de energia gerada pela reciclagem que seria suficiente para abastecer uma cidade de mais de um milhão de habitantes durante um ano.

Em 2010, a Abralatas promoveu um ciclo de debates com os catadores, para discutir a nova Política de Resíduos Sólidos, do Governo Federal e o modelo já praticado e, pelo que dizem os números, bem-sucedido. "O que a Abralatas discute é que não haja interferência, que um mecanismo novo não interfira negativamente no que está funcionando bem", diz Castro. O executivo acredita que a lei tenha foco no aumento da reciclagem de outros produtos.

Fonte: Meio e Mensagem