A alta dos preços dos alimentos está por trás do desempenho mais fraco das vendas da categoria que inclui supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Segundo Douglas Uemura, da consultoria LCA, depois de uma alta de 1,2% em agosto, essa atividade, que tem peso importante no total das vendas do comércio, apresentou três resultados seguidos mais fracos: em setembro e outubro, a queda foi de 0,2%; em novembro (dado divulgado hoje pelo IBGE), as vendas ficaram praticamente estáveis, com pequena alta de 0,1%.

- Este fraco desempenho pode ser atribuído, ao menos em parte, à elevação dos preços de alimentos que, por sua vez, resulta da influência de fatores climáticos sazonais e das commodities nos mercados internacionais – explica o economista.

Felipe Wajskop Franca, do banco ABC Brasil, complementa dizendo que, como a inflação do grupo alimentação no domicílio tem ficado acima do IPCA cheio (9,4% contra 5,6% em novembro), o resultado das vendas acaba sendo puxado para baixo.

Por outro lado, foram os duráveis que puxaram para cima a alta das vendas do varejo em novembro. Como já publicamos aqui, o avanço foi de 1,1%. Segundo o IBGE, o segmento equipamentos de escritório e informática, por exemplo, teve expansão forte, de 10,5%, enquanto o de móveis e eletrodomésticos avançou 2,4%, o quarto dado de alta seguido. 

- O bom resultado do setor de duráveis, que cresceu 18,3% em 2010 até novembro em relação ao mesmo período de 2009, pode estar associado à forte queda dos preços de produtos da linha marrom. Segundo o IPCA, os preços de aparelhos eletroeletrônicos caíram em média 1,74% em 2010, com destaque para televisores, microcomputadores e DVD´s, que acumularam queda de 22,5%, 13% e 11%, respectivamente – explica Douglas.

Fonte: O Globo