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20/12/2010 10:35:36 - Varejo tem o melhor ano da década

O varejo de 2010 está sendo considerado o melhor da década. Embora o ano ainda não tenha terminado e dezembro seja o mês mais forte para o comércio, os indicadores já batem recordes.

O fato de 2009 ter sido um ano marcado pela recuperação da crise econômica contribuiu bastante ao resultado, pois a base de comparação é fraca. A geração de emprego formal e a elevação da renda melhoraram o poder de compra das pessoas, principalmente daquelas pertencentes à classe C. Assim, o crédito abundante foi tomando espaço com oferta maior de potenciais clientes.

Além disso, o período foi marcado por diversas políticas de desoneração de impostos, como a redução do IPI para veículos, linha branca, móveis e construção civil - medidas para estimular o consumo e aquecer o mercado. Mesmo quando as alíquotas voltaram ao normal, o consumidor seguiu sendo beneficiado, pois o dólar baixo favoreceu a aquisição de itens importados por preços baixos, principalmente os eletrônicos, como televisores, computadores e DVDs.

De acordo com dados levantados pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), as vendas ao público cresceram, até novembro, 9,2%, sendo 10,3% no comércio a prazo e 8,1% à vista em comparação a 2009. O resultado prévio dos primeiros 15 dias de dezembro apontam alta de 10,9% nas compras à prazo e de 16,2% à vista.

Isso significa que o índice fechado deve ficar em 10%. O último recorde da década pertencia ao ano de 2007, quando o crescimento ante 2006 foi de 7,8% - vale ressaltar que a base de comparação era forte.

Em dezembro, segundo o economista-chefe da ACSP, Marcel Solimeo, o crescimento das vendas à vista superam as vendas a prazo em função do forte aumento das pessoas que recebem o 13º salário. Pesquisa ACSP/Ipsos aponta que 76% das intenções de uso desse dinheiro vão para roupas, calçados e presentes pessoais que são, normalmente, pagos à vista.

CRÉDITO x PAGAMENTO - Com base em dados do Banco Central, o crédito em 2010 registrou expressivo crescimento, com alta de 20%. "Além disso, os prazos dos financiamentos tornaram-se mais longos neste ano. Como essa expansão tem se dado em linhas com garantias, a inadimplência praticamente não cresceu", diz Solimeo. Do ano passado para cá, houve ligeira alta de 0,3% - praticamente estabilidade, e o indicador mais baixo desde 2000.

O percentual líquido de inadimplência, que reflete o quanto das vendas realizadas não foram devidamente pagas, permaneceu em 5%. "Esse é um índice normal de inadimplência. Para se ter ideia, no ano passado, em que havia os reflexos da crise, o percentual chegou a 6,9%. Em 2008, ficamos com 5,5%. E, em 1998, quando a perda líquida do crediário atingiu 11%, houve a quebra do Mappin, da Mesbla e da G. Aronson", diz Emilio Alfieri, economista da ACSP.

Traduzindo: até 5,9% de inadimplência é considerado sinal verde. De 6% a 9,9%, sinal a amarelo. E, acima de 10%, sinal vermelho.

"Quando os altos níveis são atingidos, os lojistas jogam pesado nos juros com os consumidores, a fim de compensar suas perdas com a falta de pagamento", explica.

PERSPECTIVAS - Para 2011, a expectativa é que o mercado siga aquecido, mas não de maneira excepcional como se deu neste ano. A começar pelo PIB (Produto Interno Bruto), cuja previsão é de que cresça entre 4,5% a 5% no ano que vem. Para 2010, espera-se 7,5%.

"No ano que vem não teremos as desonerações de 2010, o crescimento do crédito será mais contido e com prazos menores e os gastos públicos não terão mais tanta expansão, pois se não houver controle, a taxa de juros vai crescer muito", aponta Solimeo.

Segundo estimativas da ACSP, o varejo deverá crescer entre 6% e 7% e o crédito, entre 11% e 12%. A inadimplência deverá ficar maior do que 5% e menor do que 7%, exatamente entre os percentuais de 2009 - ano da crise - e 2010 - ponto fora da curva.

ACSP cria empresa para concorrer com Serasa

A ACSP (Associação Comercial de São Paulo) vai colocar em operação, a partir de janeiro, uma empresa concorrente à Serasa Experian e à Equifax, ambas pertencentes a grupos internacionais. Aproveitando o know-how adquirido com o SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), a ACSP se uniu a acionistas do Exterior buscando dar caráter mais competitivo à empresa, que agora é privada, e vai passar a explorar o mercado de informações comerciais.

A BVS (Boa Vista Serviços) visa oferecer banco de dados de informações comerciais mais moderno, com dados de pessoas e empresas em âmbito nacional.

Segundo o economista da ACSP Emilio Alfieri, 65% das ações pertencem à associação comercial e, os demais 35% a acionistas estrangeiros, dentre eles a chamada TMG. "Vão trazer um profissional com experiência internacional em crédito", diz.

A ACSP não fala em valores investidos para tornar o SCSP mais competitivo. Porém, Alfieri conta que o valor estimado de mercado da nova empresa gira em torno de R$ 1 bilhão. Além da base de dados, a Boa Vista vai oferecer soluções inteligentes para a tomada de decisão na gestão de crédito com o apoio da alta tecnologia, e está preparada para atender a demanda decorrentes, como a inplantação do cadastro positivo, com modelos estatísticos desenvolvidos com exclusividade.

O cadastro positivo, se for aprovado, vai favorecer com juros menores os bons pagadores, e punir com juros maiores os maus pagadores. O intuito é reduzir a inadimplência e estimular o pagamento em dia.

Fonte: Diário do Grande ABC