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06/12/2010 10:15:11 - Chegada de ‘atacarejos’ faz setor faturar R$ 1 bi ao ano

Bauru, que já era referência no setor supermercadista com grandes lojas de bandeiras regionais e nacionais, também se tornou a “menina dos olhos” das lojas do chamado atacarejo, que mesclam a comercialização no varejo e no atacado (venda em grandes quantidades).

Segundo levantamento feito pela diretoria regional da Associação Paulista de Supermercados (Apas) a pedido do Jornal da Cidade, por mês o setor supermercadista movimenta em Bauru cerca de R$ 86 milhões. Ao longo de um ano a cifra gira em torno de R$ 1,032 bilhão, o que significa 18% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade.

Segundo cálculos do economista e professor Reinaldo Cafeo, o PIB - soma das riquezas produzidas em todos os setores da atividade econômica - de Bauru neste ano deve somar aproximadamente R$ 5,8 bilhões.

“A movimentação financeira dos supermercados em relação ao PIB de Bauru é realmente muito expressiva. Isso está diretamente ligado à característica de polo regional da cidade, que antes da chegada dos atacarejos (leia mais ao lado) já era considerada referência no setor pela forte atuação de redes regionais de supermercados. Fica cada vez mais evidente que as cidades menores vão envelhecendo (em termos de população) e não têm mais atratividade suficiente para a instalação de grandes empresas”, observa o economista.

Segundo Cafeo, o atacarejo é uma tendência no mercado porque visa o ganho em massa. Por isso, essas empresas precisam de um mercado consumidor forte, como é o caso de Bauru, que atrai compradores de várias cidades ao seu entorno e tem uma economia vigorosa e diversificada.

De acordo com o diretor regional da Apas em Bauru, Erlon Carlos de Godoy Ortega, do total do faturamento do setor supermercadista na cidade, de 15% a 18% se refere às empresas de atacarejo instaladas na cidade: Makro, Maxxi, Tenda e Assaí - inaugurada no último dia 30 e que teve sua projeção de faturamento incluída no cálculo dos R$ 86 milhões mensais. Das quatro existentes, três foram inauguradas em Bauru neste ano.

Ascensão

“Durante o governo do presidente Lula houve uma ascendência notável das classes C e D. Essas famílias passaram a consumir mais e a comprar produtos da primeira linha de diversas marcas. Além disso, com a melhora da economia foram abertas mais pizzarias, lanchonetes, bares e tudo isso movimenta as compras em grandes quantidades”, observa Erlon.

A informação do diretor regional da Apas se confirma também em estatísticas já divulgadas. Matéria publicada pelo JC em maio deste ano mostrou que, de 2009 para 2010, o poder de compra dos bauruenses aumentou 20%. A informação consta na pesquisa realizada pela IPC Marketing Editora, especializada no cálculo de índices de potencial de consumo.

Em todo o País, a estimativa feita para 2010 é de que o consumo supere a marca de R$ 2,2 trilhões até o final deste ano. Para Bauru o cálculo foi de R$ 6 bilhões, contra os R$ 4,8 bilhões no ano passado. No ranking estadual do potencial de consumo aferido pela IPC Bauru se manteve na mesma posição em 2010, mas subiu três colocações na pontuação nacional. O nível de emprego melhorou e a estabilidade econômica permanece, e isso gera renda.

Segundo Cafeo, a economia bauruense vem mantendo bom desempenho. No último ano a cidade ganhou cerca de 760 empresas. A expansão do setor imobiliário também aumentou de forma significativa o nível de emprego na construção civil - setor que movimenta a economia como um todo.


Poder de consumo

Conforme divulgado pelo JC em matéria publicada no dia 2 de agosto, pela primeira vez neste ano a massa de renda das famílias da classe D ultrapassou a da classe B no País, segundo cálculos do instituto de pesquisas Data Popular.

Em 2010, as famílias com ganho mensal entre R$ 511,00 e R$ 1.530,00 têm para gastar com produtos e serviços R$ 381,2 bilhões, ou 28% da massa total de rendimentos de R$ 1,380 trilhão. Enquanto isso, a classe B - cuja renda fica entre R$ 5.101,00 e R$ 10.200,00 - tem R$ 329,5 bilhões.

O maior potencial de compras, no entanto, continua com a classe C: R$ 427,6 bilhões, segundo o instituto, para quem a expectativa é de 7% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País neste ano.

De oito categorias de produtos avaliados pelo Data Popular, em quatro delas o potencial de consumo da classe D supera o da classe B para este ano: alimentação dentro do lar (R$ 68,2 bilhões), vestuário e acessórios (R$ 12,7 bilhões), móveis, eletrodomésticos e eletrônicos para o lar (R$ 16,3 bilhões) e remédios (R$ 9,9 bilhões).


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Atacarejo visa o giro rápido de produtos e preços baixos

Bauru, Erlon Carlos de Godoy Ortega, as empresas do chamado modelo atacarejo tem como grande chamariz os preços baixos.

De forma geral, elas são caracterizadas por uma comunicação visual básica, pela ausência de luxo dentro das lojas, o quadro de pessoal reduzido em relação aos supermercados que atuam apenas no varejo - como a inexistência de empacotadores, por exemplo - e por não ter unidades de prestação de serviços agregadas, como farmácias, comércio e bancos.

“O conceito do atacarejo é de baixo custo, pouco luxo e poucos serviços. As lojas têm piso rústico, o teto não tem forro, a comunicação visual é simples. O objetivo é ter um custo o mais reduzido possível para, justamente, vender mais barato. Em sua maioria, os atacarejos atendem o transformador, ou seja, donos de pizzaria, restaurante, de carrinho de lanches, e também muitos pequenos supermercados. Mas como as compras são feitas em grandes quantidades, o consumidor final também é beneficiado com preços baixos”, observa.

Em função dos custos reduzidos, as lojas de atacarejo têm um mix de produtos menor que os supermercados. Segundo Erlon, essas empresas não investem, por exemplo, em produtos diferenciados, no setor de importados, em itens diversificados na área de perecíveis.

“Elas investem em produtos que têm giro rápido e em grandes quantidades. No passado houve a tendência dos hipermercados. Hoje a tendência são as lojas de atacarejo. E Bauru tem espaço para outras empresas desse ramo. Inclusive, as próprias redes regionais existentes na cidade podem criar seus atacarejos”, observa Erlon.

Segundo ele, as lojas de atacarejo visam uma região num raio de até 50 quilômetros da cidade onde estão instaladas.

“O poder aquisitivo da população melhorou, e no caso de Bauru, soma-se a isso o fato de ser polo regional, atraindo consumidores de várias cidades ao redor. Cada vez mais as grandes empresas saem da cidade de São Paulo e vão para as cidades que são polo regional”, acrescenta o diretor regional da Apas. 

Fonte: JCNET