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09/11/2010 10:12:50 - Carne nobre está cerca de 30% mais cara

Consumir carnes nobres como picanha, filé e alcatra está custando cerca de 30% a mais para os consumidores neste mês. O preço da carne vermelha já acumulava um aumento, em média, de 20% desde o fim de julho por causa da estiagem prolongada neste ano e a consequente falta de produtos, aliada ao aumento da procura em decorrência das festas de fim de ano. Outros reajustes estão previstos até janeiro do ano que vem, quando a chuva e a melhoria das pastagens devem estabilizar os preços.

“Estou deixando de comprar carne e consumindo marmitex”, afirmou o técnico de áudio Zenon Silva, que acompanha os R$ 150 mensais destinados ao consumo de carne renderem menos a cada semana. A costelinha está substituindo a alcatra e o coxão mole. No açougue que frequenta, somente na última quinzena, o quilo da picanha e do filé passou de R$ 21 para R$ 25 e agora custa R$ 29.

O aumento no preço da carne não está sendo sentido apenas pelos consumidores. O setor de carnes vive uma crise, segundo Everton Magalhães, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Uberlândia (Sindicarnes). “Quem fazia confinamento de boi migrou para outras atividades, houve diminuição da oferta. Os frigoríficos trabalham com 30% da capacidade e alguns estão de férias coletivas”, disse. A falta de oferta de carne e o crescimento da procura provocaram o aumento da arroba do boi gordo, que passou de R$ 85 para R$ 110 no Estado.

Para os açougues, os reajustes na última quinzena já estão refletindo na diminuição das vendas. Em um açougue na zona central da cidade, as vendas diminuíram 40%. “As pessoas não levam bife. Estão levando carne de segunda e a carne vermelha está puxando os outros preços para cima”, disse a proprietária Fernanda Tavares.

Alta nos preços acaba com promoções

O aumento no preço da carne e a dificuldade de conseguir o produto com fornecedores impactam nos resultados de supermercados e churrascarias. Em um supermercado da zona central de Uberlândia, o fato de oferecerem carnes frescas, com até dois dias de abate, provoca um acréscimo no produto. O contrafilé, antes vendido por R$ 16, agora sai por R$ 20. “Alguns clientes levam susto, então temos que explicar toda a situação”, afirmou o açougueiro Daniel Amorim. “Não é possível fazer promoção porque não há um estoque”, disse o gerente Cleivon Guerra.

Para a pensionista Vera Tavares, que vai ao açougue duas vezes por semana em busca de coxão mole, patinho e alcatra, o aumento é desproporcional. “É um absurdo. Antes levava um quilo, agora estou levando meio e ainda assim está caro”, disse.
Quem frequenta churrascarias está pagando de 10% a 15% mais caro desde o mês passado. Segundo Wilson Mocellin, gerente de uma churrascaria, o aumento para o consumidor não é proporcional ao aumento real. “O reajuste para nós foi de 50%, mas se repassarmos para a cliente, inviabiliza o negócio”, afirmou. A expectativa é que aconteça uma queda no movimento de 20%. “Muitos negócios devem fechar se continuar assim.”

Opção é por carne de porco ou frango

A substituição da carne vermelha pelas outras provocou um aumento de 5% na carne de porco e de R$ 0,20 no frango, no açougue de Uidila Louredo. Uma das opções foi colocar a carne de segunda em promoção, de R$ 10,90 por R$ 9,99 à vista. A exceção é o filé-mignon, vendido a R$ 22,50 com alta procura na loja, que possui encomendas já para a semana que vem.

Para Everton Magalhães, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Uberlândia (Sindcarnes), cabe ao consumidor pressionar a queda dos preços. “Quanto mais caro pagar, mais ela vai subir. Deixar de consumir, mesmo que temporariamente, é uma alternativa.”
 
CARNES

Menor e Maior preço por quilo

Alcatra
R$ 16,45 - R$ 20

Filé-mignon
R$ 22,50 – R$ 32

Picanha
R$ 20,90 – R$ 45

Frango
R$ 3,39 – R$ 4

Pernil
R$ 10,98 – R$ 14

Fonte: Jornal Correio de Uberlândia