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15/07/2009 12:21:11 - Denacoop apoia ações para incremento no consumo suíno

Diretor do Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural (DENACOOP), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Daniel Amin Ferraz, fez uma avaliação da atual conjuntura da suinocultura brasileira.

Ferraz salienta que a suinocultura, assim como os demais setores, está sofrendo diante da queda na demanda por alimentos, mas pode reverter esse quadro, trabalhando para o aumento da competitividade tanto em relação ao mercado interno quanto ao externo.

Ele destaca que as exportações de carne suína brasileira diminuíram 17% nos últimos 4 anos (2005 a 2008) em volume, queda maior que as exportações de carne bovina (-1,8%). O Brasil exportou, no ano passado, 500 mil toneladas de carne suína, contra 3,2 milhões de toneladas de carne de aves e 1,8 milhão de toneladas em equivalente carcaça de carne bovina, segundo informações da AgraFNP/Secex. "Essa queda se deve principalmente à diminuição das exportações para a Rússia, maior importador de carne suína do Brasil, que representou mais da metade das exportações brasileiras em 2008", afirma.

No mercado interno, o consumo de carne suína, de 12,7 quilos por habitante ano, ainda é bem menor que o de frango e carne bovina, de 40,5 e 30 quilos habitante ano, respectivamente. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, quando se compara as taxas médias de crescimento do consumo per capita das três carnes nos últimos 9 anos (2000 a 2008), verifica-se que a demanda por carne suína cresceu menos que a de frango (2,1% ao ano contra 3,9% ao ano).

O menor consumo de carne suína pelos brasileiros se explica em parte por motivos culturais. "Alguns mitos envolvendo a carne suína, principalmente relacionados a aspectos de saúde, ainda persistem entre os consumidores brasileiros, fruto da imagem da produção tradicional, não tecnificada. Entre eles a de que a carne suína é `gorda, e seu consumo poderia trazer riscos à saúde", disse.

Para reverter esse cenário e melhorar a demanda interna de carne suína, Ferraz considera importante realizar ações em três vertentes: na área de marketing institucional da carne suína, com a divulgação de seus benefícios junto aos consumidores, buscando desfazer os mitos ainda persistentes; no aumento da utilização de tecnologias modernas de produção e no combate à informalidade no setor.

Na primeira área, a ABIPECS constituiu o Fundo de Promoção e Divulgação da Carne Suína, em parceria com sindicatos dos estados do Sul do País (SIPS, Sindicarne/SC e Sindicarne/PR). O Fundo mantêm a pagina de Internet Carne Suína Brasileira, para divulgação de informações nutricionais e de consumo junto ao consumidor.

Na segunda área estão ações para continuar a modernização do setor. "São necessários investimentos em genética suína, buscando a criação de animais orientados aos diversos mercados (carne, toucinho, etc.), com destaque ao trabalho da Embrapa Aves e Suínos em Concórdia, Santa Catarina", analisa.

Quanto ao combate à informalidade, é necessária a modernização e investimentos nos serviços de defesa animal, principalmente dos estados.

Por outro lado, o representante do DENACOOP entende ser necessário buscar alternativas de fomento à exportação de carne suína. "São importantes ações em várias frentes, como esforços na área de negociação sanitária, buscando abrir novos mercados, na área de financiamento às exportações e apoio à inserção de empresas e cooperativas nos mercados internacionais, por meio da promoção internacional", avalia.

Além disso, deveriam ser empreendidas ações para a diversificação de mercados, visto que 70% das exportações de carne suína brasileiras seguem concentradas em dois destinos, Rússia e Hong Kong, segundo indicações da ABIPECS. "Essas ações devem ser focadas em mercados com alto potencial para a carne suína brasileira. Um bom exemplo é a China. Apesar de Hong Kong ser o segundo principal destino das exportações de carne suína, o resto do mercado chinês ainda está por ser alcançado", comenta.

Neste sentido, Ferraz destaca que o DENACOOP vem atuando principalmente em duas frentes: a intercooperação e a internacionalização das cooperativas brasileiras. "A primeira ação está baseada na necessidade de ganhos de competitividade das cooperativas por intermédio principalmente de ganho de escala. Em 2008, o setor de alimentos foi aquele com maior número de fusões e aquisições (79). Esse fenômeno de concentração econômica exige das cooperativas não apenas a profissionalização da gestão e foco empresarial, mas o ganho de escala para competir no mercado, nacional e internacional", explica.

Um dos instrumentos dessa área de ação é a conformação de Consórcios de Exportação, união contratual entre cooperativas para exercer conjuntamente a comercialização, aquisição de insumos, e/ou distribuição/logística, que permite ganho de escala e aumento de competitividade. Já há exemplos de consórcios de cooperativas atuando no Brasil, resultado desse trabalho: o Consórcio Cooperativo Agropecuária Brasileiro (CCAB), atualmente com 21 cooperativas, 79 mil associados e presença em 7 estados brasileiros; o Consórcio Nacional Cooperativo Agropecuário (COONAGRO), no Paraná, com 21 cooperativas produtoras de soja, milho, trigo, cevada e lácteos e outros.

Com relação à internacionalização de cooperativas, o DENACOOP vem trabalhando com a preparação e acompanhamento de missões empresariais internacionais desenhadas especialmente para cooperativas. A primeira missão desse tipo será à China, mercado potencial para a carne suína.

Na avaliação de Ferraz, a formação de consórcios de cooperativas e o apoio à sua inserção no mercado interno e externo, é uma ferramenta preciosa para o aumento da competitividade da suinocultura no agronegócio brasileiro.

"Especificamente no front externo, em muitos setores, a união de cooperativas se configura como uma ferramenta essencial à própria sobrevivência em mercados cada vez mais competitivos e concentrados", finaliza.

Fonte: Último Segundo