vista, o tênis, sonho de consumo da maioria dos jovens, custa quase R$ 650. Difícil de pagar. Mas, por seis vezes de R$ 108 já fica mais fácil. A esta prestação, juntam-se tantas outras: a da roupa, do material esportivo, dos óculos de sol. No fim do mês, vira uma bola de neve.

Desconto de 20%, promoção da semana, parcelamento. Com tanta facilidade assim, fica difícil resistir. Mas estas compras por impulso têm feito com que os jovens aumentem a fila dos inadimplentes.

Foi o que revelou uma pesquisa feita com mais de 500 curitibanos entre 18 e 21 anos. Metade assumiu estar endividada. O pior, um quarto deles não consegue pagar as contas em dia. São inadimplentes com apenas 19, 20 anos de idade.

A juíza Sandra Bauermann criou um projeto para tentar acordos entre credores e inadimplentes. Para ela, a saída é uma só: educação financeira desde a infância.

“É necessário que voltem à preocupação com educação financeira. Hoje isso está fora dos currículos escolares”, diz Sandra Bauermann.

Aos 21 anos, Alice Colaço está cheia de dívidas. Tem contas atrasadas no banco, nas lojas, na farmácia. São mais de R$ 2 mil que ela não pode pagar. Tudo começou em 2007. O nome foi para o Serasa e agora, três anos depois, Alice decidiu fazer um acordo com o credores na Justiça. Conseguiu prazos maiores e desconto para acertar as contas.