A desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio veio dentro das expectativas do mercado e um dos principais impulsionadores dessa queda foi o comportamento do preço dos alimentos, explica o economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "O verão foi atípico, as temperaturas ficaram mais altas por mais tempo e o grupo da alimentação chamou a atenção por sofrer com a ação do clima nos primeiros meses do ano", analisa Braz.
Braz não aposta na elevação do IPCA nos próximos meses, mas acredita que a inflação deve continuar alta. "Ainda existe um grande ciclo inflacionário; não é porque a taxa recuou fortemente que tudo volta ao normal", alerta ele.
O economista destacou o aumento do consumo como principal elemento a pressionar a inflação. "Esse ano, a demanda está muito aquecida. O brasileiro está consumindo mais", disse ele. Para Braz, o setor de serviços é o menos sensível a aumentos da taxa de juros. "Verificando os preços de salões de beleza e oficinas mecânicas, por exemplo, percebe-se que o preço é mais rígido diante do recuo. E ainda há espaço para aumentar".
Para Braz, nesta quarta-feira (9) o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve repetir a elevação de 0,75 ponto percentual da última reunião, em abril. “A desaceleração do IPCA registrada em maio não influenciará nesta decisão”, diz.
Fonte: LCA Consultores
Elaboração: EXAME.com