Nos 12 meses terminados em março deste ano, as vendas do varejo nordestino tiveram crescimento de 9,3%, enquanto no Sudeste houve expansão de 8%, desempenho que se equipara à média nacional. Os dados são da Tendências Consultoria Integrada, que analisou os resultados estaduais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Para o Nordeste, a explicação é a importância do programa Bolsa Família – o projeto representa 2,6% da renda dos nordestinos, acima da média do País, que é de apenas 0,8% –, além da aposentadoria, responsável por 19% do rendimento familiar. Convém lembrar que o valor do benefício é atrelado ao salário mínimo, cujo aumento foi de 9,7% só em 2010.
“Esses dois fatores não esgotam toda a questão, mas são muito importantes para explicar a força do comércio no Nordeste”, ressalta Adriano Pitoli, economista da Tendências.
O consumo no nordeste também foi impulsionado pelo crescimento de empréstimos e financiamentos. De janeiro a março de 2010, a alta foi de 20,5% (descontada a inflação), comparando com o mesmo período de 2009, segundo dados da consultoria.
Quanto ao crescimento na região Sudeste, o analista Felipe Insunza, da Rosenberg & Associados, atribui a alta à expansão do mercado de trabalho formal no período. A região apresentou aumento de 12,4% nas vendas entre janeiro e março de 2010, em relação a igual período do ano anterior. Nada menos de 60% das 346,5 mil vagas com carteira assinada abertas no País nos três primeiros meses de 2010 foram na região.
Fonte: Valor Econômico