Voce está em: Página Inicial Como anda o Mercado ?
Nossa Empresa


Notice: Undefined property: Noticia::$con in /home/www/html/redebiz/site/classes_php5/BancoInfo.php on line 287
04/05/2010 15:33:17 - Oferta de leite caiu com a redução das chuvas e pressiona o preço do longa vida

Os preços do leite longa vida no mercado interno já começam a sinalizar alta ao consumidor. O aumento é cíclico, puxado pela queda da oferta do produto no campo em pleno período de entressafra. No entanto, a combinação entre a ausência de chuvas e o aumento da demanda neste ano possibilitou que este incremento viesse mais cedo.

As projeções da Associação Brasileira do Leite Longa Vida (ABLV), que reúne as maiores indústrias do setor, são de que, até março, os preços já tenham acumulado alta de 30%, na comparação com o último trimestre do ano passado e dependendo da região. A alta é sazonal, mas poderá exercer algum impacto na inflação nos próximos meses.

A maior ou menor oferta do produto no mercado sofre influência direta do clima. Neste ano, as chuvas se encerraram mais cedo, prejudicando as pastagens e reduzindo a oferta de leite. O economista da Embrapa Gado de Leite, Glauco Carvalho, observa, porém, que, neste ano, outro fator tem contribuído para o comportamento dos preços. A demanda se mantém em alta, sustentada pelo crescimento da renda da população. "À medida que cresce a renda, a camada mais baixa da população começa a consumir mais", diz.

O superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, avalia que, em época de pico de preços, o primeiro efeito notado pelo consumidor nos supermercados é a ausência de promoções de Longa Vida. Ele acredita que, atualmente, o produto possa ser encontrado nas gôndolas da grande Belo Horizonte em patamares que variam entre R$ 1,58 e R$ 2,40 por litro. "Os preços do produto têm se mantido, em média, em R$ 1,98 por litro", diz ele.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) divulgou, nesta semana, relatório em que o preço do leite in natura pago ao produtor, entre os meses de janeiro a abril deste ano, já acumula uma alta de 27% em todo o país. Esta foi a maior valorização observada pelo Centro, para o período, desde 1995. Em relação a abril do ano passado, o aumento foi de 21,4% em termos nominais ao produtor.

Minas Gerais é a maior bacia leiteira do Brasil e, historicamente, responde por aproximadamente 30% da produção nacional. No mês passado, o Estado registrou a maior média de preços, de R$ 0,78 por litro. A alta foi de 12% em abril deste ano, na comparação com março, o que equivale a um aumento de 8,4 centavos por litro.

Boa parte dos agentes de mercado consultados pelo Cepea acredita em aumento de preços para o próximo mês. Conforme a pesquisadora do Centro, Aline Ferro, há perspectivas de mudanças neste cenário. Como os preços pagos por rações e volumosos utilizados na alimentação do gado estão favoráveis, ela acredita que o produtor pode aproveitar as boas condições do mercado e a demanda em alta para estimular a produção antes da chegada da safra. "Este aumento da oferta tende a estabilizar os preços dos produtos ou até provocar uma queda, mas é difícil que esta resposta da produção ocorra no curtíssimo prazo", disse ela.

Para o diretor-executivo da Associação Brasileira de Longa Vida (ABLV), Nilson Muniz, o viés de alta para o Longa Vida deve perdurar, pelo menos, até o segundo semestre deste ano, quando começa a estação de chuvas e a oferta começa a subir. No ano passado, de acordo com ele, o consumo de longa vida manteve a estabilidade, no Brasil, no patamar de 5,3 bilhões de litros. "O primeiro semestre do ano passado foi muito afetado pela crise financeira mundial, mas, ao longo do ano, as perdas foram sendo recuperadas". Em 2010, as estimativas traçadas pela indústria são de aumento no consumo em pelo menos 5%, para 5,5 bilhões de litros.
 

Fonte: Amis (Jornal Hoje em Dia)