Gastos com supermercados pesaram mais no bolso do consumidor no ano passado. Em 2009, os brasileiros gastaram, em média, R$ 375 – valor 6,55% maior que o registrado em 2008, quando era de R$ 352. O item, entre as despesas básicas, foi o que elevou as contas dos consumidores no final do mês no ano passado.

Os dados fazem parte do Observador Brasil, estudo divulgado pela Cetelem na última terça-feira (6), e mostram que, na comparação com 2005, quando o o levantamento foi realizado pela primeira vez, a diferença alcança os 25,5%, já que naquele ano os brasileiros gastaram, em média, R$ 299.

O levantamento mostra que os gastos com supermercados são os únicos, dentre as despesas essenciais, que crescem gradativamente ao longo dos anos. Os demais, como energia elétrica, aluguel, medicamentos, transporte, contas de serviços essenciais e condomínios, se mantêm estáveis.

Para calcular os gastos médios, a Cetelem utilizou os valores informados por alguns entrevistados e os dividiu pelo número total de entrevistados (1.500). Dessa forma, nos casos de outros gastos, exceto os de supermercados, os valores apresentados pela pesquisa são baixos.

Classes A e B com carrinho cheio

De acordo com a pesquisa, os consumidores das classes A e B foram os que mais gastaram com supermercado no ano passado. Em média, esse segmento da população gastou R$ 525, valor 40% maior que a média geral.

Considerando os consumidores da classe C, segmento que mais cresceu nos últimos cinco anos, os gastos no supermercado ficaram em R$ 388. Já entre os que pertencem às classes D e E, a média ficou em R$ 289.

Dentre as regiões, o Observador identificou que os brasileiros da região Sul foram os que mais desembolsaram na hora de passar no caixa em 2009: R$ 421. Os consumidores das regiões Norte e Centro-Oeste, por sua vez, gastaram R$ 403 com o item.

Já os brasileiros da região Sudeste deixaram nos supermercados, em média, R$ 396. E os da região Nordeste foram os que gastaram menos com produtos de supermercados: R$ 301 – o valor é quase 20% menor que a média geral.

Outras despesas básicas

O levantamento mostra que as demais despesas básicas não sofreram grandes alterações desde 2005, quando a pesquisa foi iniciada. Gastos com energia elétrica, por exemplo, ficaram, em média, 8% maior entre 2008 e 2009, ao passar de R$ 62 para R$ 67. Frente a 2005, o aumento também foi de 8%.

As classes A e B foram as que mais desembolsaram com esse item, R$ 175. Entre os consumidores da classe C, o gasto médio com a conta de energia foi de R$ 111 no ano passado. Já aqueles que pertencem aos segmentos menos abastados da população gastaram R$ 56 com o item.

Os gastos com aluguel também não variaram muito ao longo dos anos e ficaram, em média, em R$ 51, frente aos R$ 41 de 2008 e os R$ 32 de 2005. Os consumidores da classe C foram os que mais gastaram com esse item (R$ 59), seguidos pelos das classes D e E (R$ 44) e os das classes A e B (R$ 39).

Gastos com remédios também se mantiveram estáveis, ao passar de R$ 33 para R$ 35 em um ano. O mesmo ocorre com despesas com transporte público (de R$ 32 para R$ 33), contas de gás (de R$ 31 para R$ 34) e água e esgoto (de R$ 29 para R$ 34).

Fonte: UOL Economia