No começo de 2010, o açúcar atingiu a cotação mais alta no mercado internacional em 30 anos. E, no Brasil, os consumidores perceberam que alguma coisa tinha acontecido.
O consumidor compara: “O açúcar está mais caro que o arroz!”. De janeiro para fevereiro, o açúcar refinado ficou quase 10% mais caro, o cristal, mais de 12%.
“Está caro demais!”. “Isso aí é exorbitante”.
O motivo é internacional. A Índia, que era a maior produtora mundial, reduziu a fabricação pela metade. De 30 milhões de toneladas por ano, para 14 milhões.
O Brasil não deu conta de atender a demanda. E a chuva no fim do ano ainda prejudicou a produção nacional. “Com o excesso de chuva, nós deixamos de fabricar 5 milhões a mais de toneladas de açúcar”, explicou o presidente do Sindicato de Indústrias de Açúcar de Minas Gerais, Luiz Cotta.
Em janeiro, o preço do açúcar atingiu o maior valor dos últimos 30 anos no mercado internacional, mas segundo analistas econômicos, o pior já passou. “O preço deve se estabilizar, não deve cair, ou se cair não vai cair significativamente porque a situação internacional ainda permanece a mesma”, declarou o analista do IBGE Antônio Braz.
Fabricantes de ovos de páscoa afirmam que os preços não devem ser afetados porque o açúcar é só um item do custo total, mas, pequenos produtores de doce sentiram o aumento. A boleira Rosa teve prejuízo. “Foi uma perda de 20% no faturamento”, contou.
Uma confeitaria reajustou os preços pela primeira vez em dois anos, mas o movimento não caiu. “A gente aperta um pouquinho, mas dá conta. Um docinho não faz mal não, fica mais doce a vida”.
Fonte: G1