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29/01/2010 15:02:58 - Consumo de café no Brasil cresce 4,15%

O consumo de café no Brasil tem crescido a taxas incomparáveis no mundo. Estima-se que a média mundial é de 1,5% ao ano, mas o índice no Brasil alcançou 4,15% no ano passado - mais 740 mil sacas de 60 quilos (kg), saltando para 18,4 milhões de sacas de 60 kg. O resultado surpreendeu a própria indústria de café, que esperava inicialmente crescimento de 3%.

Mas o setor vive um paradoxo, pois ao mesmo tempo em que o consumo aumenta, as indústrias passam por "situação aflitiva, vendo a rentabilidade desaparecer", informa o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz.

Conforme Nathan, diversos fatores concorrem para agravar a situação. Ele cita a estabilidade dos preços do café no varejo há pelo menos quatro anos, "enquanto os custos só aumentaram".

Em janeiro de 2008, o café custava R$ 10,20 por quilo, em média, nos supermercados, enquanto em dezembro de 2009 o preço era de R$ 10,49 por quilo, uma evolução de 2,8%, abaixo da inflação do período.

Assim, o café continua sendo um produto muito acessível aos consumidores, mesmo nas categorias de maior qualidade e mais valor agregado, como os cafés superiores e gourmet.

"Se considerarmos nesse período o aumento da carga tributária e a apropriação de margem pelo varejo, o preço recebido pela indústria reduz-se ainda mais", observa Nathan, que salienta que a pressão do varejo limita a alta dos preços.

Além disso, conforme Nathan, a concorrência dentro do próprio setor leva a uma indesejável competição pelo menor preço. Segundo ele, a situação é grave e prejudica principalmente pequenas e médias torrefadoras.

O diretor-executivo comenta que uma das saídas é a diferenciação pela qualidade, com oferta de produtos certificados, que podem elevar o valor agregado. "Por isso, a oferta de grãos superior e gourmet tem aumentado, numa tentativa de recuperar a rentabilidade", diz. Ele considera ainda que fusões e aquisições no setor são uma tendência, para buscar sinergias e redução de custos nas empresas.

De acordo com o presidente da Abic, Almir José da Silva Filho, na previsão inicial feita pela entidade para o ano de 2009 foi levada em conta a crise econômica mundial. No entanto, segundo ele, a crise não afetou o consumo de café, assim como se constatou em muitos outros segmentos produtivos.

O consumo per capita de café no Brasil em 2009 foi de 5,81 kg de café em grão cru, ou 4,65 kg de café torrado, quase 78 litros por pessoa por ano, registrando uma evolução de 3% em relação ao período anterior.

Estudo da Abic mostra que o resultado aproxima o consumo per capita brasileiro ao da Alemanha (5,86 kg por habitante/ano) e supera os índices da Itália e da França, que são grandes consumidores. Os campeões de consumo ainda são os países nórdicos - Finlândia, Noruega, Dinamarca - com um volume próximo dos 13 kg por habitante por ano.

Para 2010, a Abic projeta crescimento de 5% em volume, o que elevaria o consumo para 19,31 milhões de sacas. As vendas do setor em 2009 podem ter atingido R$ 6,8 bilhões, e espera-se que cheguem a R$ 7,1 bilhões neste ano.

Com isso, a meta da Abic para o consumo interno atingir 21 milhões de sacas parece que poderá ser alcançada em 2012. "Com a economia brasileira sendo impulsionada em 2010, e as boas previsões que se fazem para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), do consumo das classes C, D e E, mais a previsão de que as classes A e B poderão crescer 50% até 2015, é natural que o consumo do café siga crescendo", diz Almir Filho.

Assim, o limite desafiador de 21 milhões de sacas (que fará o Brasil ser o maior país consumidor mundial de café, superando os Estados Unidos) poderá ser atingido em 2012, mas desde que a evolução anual se mantenha em, pelo menos, 5% ao ano.

Já as vendas para o exterior de café industrializado, torrado e moído com marca brasileira totalizaram US$ 29,6 milhões em 2009, em comparação com US$ 35,6 milhões em 2008. Em volume, as exportações reduziram-se em 18,6%, e em valor, houve decréscimo de 16,8%.

As razões da redução, de acordo com análise da Abic, estão ligadas ao menor volume de compras do mercado americano, principal importador do café industrializado brasileiro, na esteira da crise econômica que afetou os negócios e a economia daquele país no ano passado.

Fonte: Portal Amis